sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Documentário "Um Lugar ao Sol"

O documentário "Um Lugar ao Sol" (Brasil, 2009), de Gabriel Mascaro, trata de um grupo de pessoas que desfruta de uma realidade diferente da vivida pela maioria dos brasileiros. O filme aborda o universo de 9 moradores de coberturas em prédios de três grandes cidades (Recife, Rio de Janeiro e São Paulo) que se dispuseram a dar entrevista, dentre os 125 catalogados. O diretor aborda o assunto de maneira a permitir que os entrevistados sejam sinceros e falem o que lhes vier à cabeça, sem que seu depoimento seja guiado de qualquer forma. O que testemunhamos é uma visão padrão de alegoria de poder, um discurso padrão de que vivem acima da sociedade e, portanto, vivem melhor do que a sociedade. Algumas cenas captam a vista que essas pessoas têm da cidade ao acompanhar a altura e grandeza que os prédios a beira-mar apresentam, a minimização do restante da cidade decorrente de tais características, e o impacto que tamanhas construções causam no cotidiano dos que não podem desfrutar delas. Essas cenas são reproduzidas acompanhadas do áudio das entrevistas, estratégia que chama a atenção do espectador para a sutileza com a qual todo o filme é construído. O documentário causa imensurável espanto naqueles que assistem ao ouvir tamanhos absurdos verbalizados, mesmo que saibam que eles existem e são a única realidade que muitas pessoas conhecem.

Parágrafo sobre representação: experiência Google Street View x experiência presencial

Antes da visita ao Parque Municipal, foi realizado um reconhecimento da área por meio do Google Street View. Após a visita, ficaram claras algumas diferenças entre as impressões passadas pelas imagens do Google e as sentidas presencialmente.
A importância das sensações causadas pela quantidade de árvores e até mesmo o clima no dia da visitação é decisiva para as impressões com as quais uma pessoa fica a respeito do lugar. As imagens em uma tela de computador não são acompanhadas, além desses fatores, das sensações que a aproximação da água do lago no centro do parque causa, sendo que somente alcançam os largos caminhos por onde um carro pode passar.